segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A quem iríamos nós?


Por George Castro*
Nestes dias tenho meditado sobre unidade da Igreja cristã e confesso que este assunto muito me importuna. Sei que conflitos e divergências entre irmãos na Fé são comuns desde os primórdios do cristianismo e que no passado deixaram marcas profundas e até divisões no rebanho do Senhor. Porém, muitos destes contribuíram para grandes mudanças e amadurecimento no seguimento do Cristo. A história nos mostra que nem sempre os conflitos são, no todo, ruins. Eles nos fazem refletir sobre a nossa caminhada e a conhecer melhor o rumo que devemos seguir, e, se preciso for, até parar de caminhar para pensar se em algum momento não fomos nós imprudentes ou negligentes nesta trajetória. É preciso ver se estamos observando bem a sinalização da estrada e para onde ela aponta e aonde queremos chegar, ou se queremos nos perder no caminho.
O que estamos buscando na Igreja? Celebrarmos o mistério de Deus? Ou estamos buscando apenas a nossa satisfação pessoal?A quem estamos servindo? A Deus ou a nossa natureza humana?Estamos realmente vivendo e anunciando a páscoa do Senhor?Ou este fato ainda não se tornou realidade em nossas vidas?Se não, estamos somente celebrando uma fábula e anunciando a Fé e missão de Jesus como um grande espetáculo... Em vez de seguidores para o Cristo, estaríamos buscando platéia?Em vez de promovermos, pelo Espírito Santo, a conversão sincera do mundo, não estaríamos apenas construindo expectadores do evangelho? E aí, vale quem tem mais simpatia e audiência...
Onde estão as essências do cristianismo: A oração? A fraternidade?O perdão?O amor ao próximo?A denúncia das injustiças e todos os males?A luta pela construção de um mundo novo?A instrução alegre e entusiasmante do povo de Deus?A atenção as crianças, aos idosos, aos mais pobres?O amor e a preocupação com a formação dos jovens?Que fé estaríamos construindo?Em Deus ou no “EU”?Para onde estaríamos guiando o nosso povo, se só Cristo tem palavras de vida eterna?(Jo 6,68).
*Postulante ao Diaconado Permanente da Arquidiocese de São Luís do Maranhão.

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