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Por Kairo Rosa Neves de Oliveira
História
A história da dalmática pontifical precede a história da dalmática diaconal. Os primeiros registros do uso da dalmática são dos Imperadores e nobres romanos. Tratava-se de uma túnica branca com duas faixas púrpuras. No âmbito eclesiástico, seu uso a partir do século II se deu na vida civil. Após várias mudanças tempo constituiu veste exclusiva do clero. Fato marcante deste período, é São Cipriano que retirou a dalmática antes do martírio.
No século IV, começou a ser usada como paramento exclusivo do Romano Pontífice. O primeiro papa a usá-la durante as funções litúrgicas foi Silvestre. Posteriormente, passou a ser concedido o privilégio aos diáconos de Roma. Seu uso não se dava diariamente, mas em ocasiões especiais. É notável como desde o início do seu uso na liturgia, tal paramento se relaciona com a solenidade da celebração.
Nos séculos V e VI, passou a ser concedido aos bispos. No princípio, era uma concessão a cada clérigo individualmente. Assim a dalmática passou a ser uma insígnia episcopal, também própria de alguns diáconos e abades a quem era dada tal honra.
Diácono com dalmática no século VII, ornamento da parede do batistério da Arquibasilica do Latrão.
Pouco antes do século XII, o papa concede uso oficial da dalmática aos cardeais, aos bispos, aos abades e a alguns outros prelados. Passa então a ser veste própria dos diáconos, introduzindo na ordenação diaconal o rito da vestição da dalmática. A partir dos séculos XVI e XVII, mantém o comprimento original dos dias atuais.
Dalmática do Século XVII
Formato e uso
A dalmática pontifical, possui a mesma forma da dalmática diaconal. Veste até os joelhos, com mangas mais largas que as da alva, possui duas listras verticais (clavi) e duas listras horizontais (segmentae).
Dalmática pontifical
Ela é usada pelos bispos sobre túnica e estola e por baixo da casula. O bispo pode fazer uso da dalmática em qualquer missa celebrada em sua diocese. Seu uso é obrigatório, na forma ordinária do rito romano, nas missas pontificais conforme o Cerimonial dos Bispos.
Bento XVI, na dedicação de um altar.
Cardeal Hoyos durante a homilia.
Bispo durante a procissão de entrada com dalmática vermelha.
Papa Bento XVI, com dalmática vermelha.
Cardeal Hoyos de dalmática roxa, em uma ordenação.
Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI, celebrando na forma extraordinária do rito romano, com dalmática .
Bispo, durante missa pela alma de João Paulo II, com dalmática negra.
Como vimos nas fotos acima, o uso da dalmática é mais visível com a casula romana (modelo mais curto),entretando, também se usa dalmática pontifical com casula gótica (modelo mais amplo). A dalmática pontifical também varia de acordo com a cor litúrgica.
Apesar de não ser muito comum no Brasil que os bispos usem dalmática pontifical, a forma ordinária prevê o uso da dalmática e o tem como obrigatório em algumas circunstâncias.
Dalmática diaconal
O diácono a usa dalmática sobre a alva com estola a tiracolo. De maneira semelhante ao bispo, pode fazer uso dela em qualquer celebração. Todavia, diferentemente da casula, seu uso não é obrigatória nas missas mais simples.
Os diáconos-assistentes, na forma extraordinária do rito romano, fazem uso da dalmática sobre a sobrepeliz e sem estola.
Na basílica vaticana, diáconos-assistentes com dalmáticas no estilo barroco.
Cardeais diáconos com dalmáticas na forma extraordinária do rito romano. À frente do Pontífice, vai um cardeal-diácono que oficiou na celebração, com estola e alva. Ao seu lado estão os diáconos-assistentes, que usam dalmática com sobrepeliz.
Diáconos incensando o povo de dalmática, durante as vésperas.
Dalmática vermelha, notamos a presença de um brasão bordado.
Diácono em procissão com dalmática, notamos bem a presença de clavi e segmentae.
Domingo de Ramos, diáconos proclamando o evangelho da Paixão, o segundo diácono mostra discretamente a estola a tira-colo.
Diáconos na capela sistina.
Cardeais-diáconos assistindo ao papa na basílica de São Pedro.
À frente do bispo, vemos diáconos com dalmática sobre sobrepeliz e um pouco a frente destes, o diácono que oficiará na celebração com dalmática sobre alva e estola.
Bibliografia:
Caeremoniale Episcoporum 26, 56, 125;
"La dalmatica": http://www.cattoliciromani.com/forum/showthread.php/dalmatica-9636.html?ltr=D&t=9636;
"Breve descrizione della liturgia pontificale" di Francesco G. Tolloi : http://www.unavoce-ve.it/05-03-33.htm;
"Dalmática" Filippo Oppenheim: http://www.unavoce-ve.it/ec-dalmatica.htm.
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