quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Maranhão: Mudanças sim, golpe não!

Domingo, 29 de outubro de 2006, o povo maranhense acorda feliz e cheio de esperança, pois, finalmente chegara o dia mais esperado por centenas de gerações de maranhenses, o dia em que por vontade própria e em sã consciência este povo diria sim às mudanças que já vinham ocorrendo e iriam ocorrer no Brasil e no mundo. Um mundo que não aceita mais governos autoritários e sectários, que não aceita mais a permanência perpétua de grupos políticos e vê na alternância de poder, em todas as esferas, um dos pilares da democracia. Ao eleger o seu novo governador, Dr. Jackson Lago, o povo do Maranhão disse com todas as letras que queria romper com as práticas políticas do passado e que queria um governo de mudanças concretas na saúde, na educação, na agropecuária, na segurança, no atendimento aos anseios e direitos dos servidores públicos estaduais, nas relações institucionais com as prefeituras, governo federal etc.
Passaram-se dois anos e percebemos que houve avanços significativos, principalmente a vontade política de propiciar ao Maranhão o desenvolvimento econômico e social a partir do investimento nas pessoas, no diálogo e parcerias com as prefeituras, nas obras de infra-estrutura como a modernização do porto do Itaqui, da construção da ponte entre o Maranhão e o Tocantins (apenas com recursos do governo do Maranhão), do PAC-Rio Anil em São Luis (onde 50% dos recursos são do tesouro estadual), das reformas da malha viária estadual, da expansão do ensino médio a todos os municípios maranhenses, do reaparelhamento gradual das polícias Civil e Militar, da reformulação do sistema prisional, com a transferência dos presos das delegacias para os centros de detenção, com a volta do patrulhamento policial nos bairros, na prioridade à defesa e pesquisa agropecuária com a reestruturação da Secretaria Estadual da Agricultura etc... Estas coisas, não podemos negar... Porém, muitos fatores contribuíram para que hoje, apesar dos avanços supracitados, o governo tenha uma certa desaprovação popular:
1- A desastrosa Lei do Subsídio e a falta de habilidade para resolver a situação com os professores da Seduc e Uema, que se prolongou por vários meses, indo parar no STF, desgastando o governo e atingindo em cheio a imagem do governador;
2- A demora, quase 60 dias, para resolver as greves da Aged-MA, Polícia Civil e agente penitenciários;
3- A falta de uma ação mais enérgica e imediata para combater e elucidar os crimes de alta repercussão, pistolagem, fugas de presos, assaltos a bancos etc.;
4- O descaso com os hospitais públicos da rede estadual (Hospital do Ipem, por exemplo);
5- A demora para a construção inauguração dos cinco socorrões estaduais. O de Presidente Dutra seria inaugurado em seis meses, já se passaram dois anos e nada!
6- A falta de estratégia e de uma estrutura mais eficiente de comunicação que divulgue com maior alcance e mais incisão as ações do governo;
7- A falta de moral e autoridade do presidente da República, o Lula, que não pisa no Maranhão e há dez anos não vem a São Luis, para não contrariar seus aliados do PMDB no estado, apesar de ter o apoio do PDT do governador Jackson Lago;
8- E, para finalizar, o bombardeio cruel, desumano e impiedoso feito pelos órgãos de comunicação que se opõem ao governo.
Não conformados com a decisão e o desejo do povo do Maranhão pelas mudanças manifestadas nas urnas naquele domingo de 2006, o grupo que perdeu as eleições entrou com uma ação no TSE para cassar o mandato do governador Jackson Lago, que poderá ser julgado nos próximos dias. Caso esta loucura se confirme, o Maranhão poderá entrar em uma crise política sem precedentes, o que não será bom para ninguém: nem para quem sai, nem para quem entra e muito menos para o já tão sofrido povo maranhense, que intrinsecamente verá de forma traumática, o seu direito de escolha ser desrespeitado e violentado, e isto, refletirá em um enorme prejuízo político para quem vier a assumir o governo do estado nessas circunstâncias, podendo ser sepultado definitivamente nas eleições de 2010. Ora, o que precisa ser entendido pelas pessoas que detêm o poder político no Maranhão, que estão fora ou dentro do governo estadual, é que o povo do Maranhão quer mudanças nas políticas de governo e não apenas a mudança dos políticos do governo, e que cabe a esse povo no exercício soberano da sua cidadania, avaliar e decidir através do voto, se quer ou não a continuação de um governo ou ser novamente governado por um determinado grupo ou até mesmo escolher um caminho alternativo, uma espécie de terceira via, ou não é este o princípio constitucional da reeleição no Brasil? Aos que governam ou querem governar este estado, para nunca mais sair, sigam o conselho deste humilde servidor público que, independente da cor partidária, ama o Maranhão e apenas, como muitos, deseja dias melhores para a nossa gente:
1- Façam as reformas estruturais e administrativas que o povo precisa, tornando a máquina estatal mais eficiente e servindo ao povo com qualidade;
2- Diminuam os cargos comissionados e terceirizados e façam concurso público geral para todas as secretarias e órgãos da administração do estado, pois, o povo quer estabilidade em seus empregos, ninguém agüenta mais contratos temporários ou a longa espera de um concurso que nunca sai. Há! E não esqueçam de convocar e nomear os aprovados. Ninguém fica contra a um governo que faz concursos públicos...
3- Regularizem a situação de todos os funcionários públicos, implantando e cumprindo os PCCS (Planos de cargos, carreira e salários) de todas as categorias e nunca mais haverá greve no serviço público estadual do Maranhão;
4- Cumpram as promessas de campanha, e quando não for viável, sejam honestos e dêem satisfação aos seus eleitores;
5- Não se afastem do povo, isolando-se em seus gabinetes. Pra isso, existem um monte de assessores que vocês nomeiam;
6- Respeitem as leis, como a do piso nacional da educação, adicional de insalubridade, risco de vida etc...
7- Não se apropriem dos bens e nem do dinheiro público, o salário que vocês recebem é maior que o da maioria do povo que vocês governam, e é mais que o suficiente;
8- Se perderem a eleição, façam oposição honesta, propositiva, de forma madura e responsável, sem inviabilizar as ações benéficas do governo e esperem que o próprio povo vos escolham democraticamente através do voto nas próximas eleições, em vez de passar o tempo maquinando uma forma de dar um golpe para assumir um poder que não vos pertence;
9- Fiquem atentos às reais necessidades da população e não gastem os nossos tributos com obras e projetos mirabolantes sem nenhuma utilidade;
10- Ao findar o mandato, saiam de preferência com o mesmo patrimônio que declararam antes das eleições e compatível com a remuneração que perceberam durante o mesmo, sem nenhum centavo ou coisa a mais!
11- Ganhem as eleições com os amigos, mas, não governem com os inimigos e
Respeitem sempre a vontade do povo!Ou ela se voltará contra vocês no momento oportuno!

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