sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Pe. Zezinho fala pela primeira vez sobre seu estado de saúde

DO  Blog do Pe. Joãzinho, SCJ.
Desde que Pe. Zezinho teve um AVC, em setembro de 2012, dei notícias sobre seu estado de saúde com autorização dele próprio e de meus superiores na Congregação dos Padres do Coração de Jesus, da qual fazemos partes. Todos sabem que somos confrades de comunidade no Convento SCJ, em Taubaté. A parada obrigatória foi a oportunidade para fazer uma revisão total de saúde, no alto dos seus 70 anos. Hoje, pela primeira vez, Pe. Zezinho publicou em seu faceboock um longo relato sobre a sua situação de saúde. Leia em prece.

ESTA DOENÇA CHAMADA CÂNCER 
1
Neste Natal recebi uma boa notícia. Posso me preocupar menos com esta enfermidade, chamada câncer, uma vez que já carrego um AVC e um diabetes sempre prontos a me balançar! Meus amigos me perguntavam se a notícia não me abalava. De fato, não! Tive mãe e pai estóicos e paralíticos e aprendi muito com eles. Isto não me faz mais santo que os outros, mas me ensinou a encarar a vida sem ser trágico. Já cantei a respeito deles que ter problemas na vida não e ter vida infeliz!
Depois de três riscos de morte, três acidentes , um dos quais um Acidente Vascular Cerebral que tirou de circulação por mais de um ano, e às vezes dribla minha fala, eu me considero um missionário sem barcos, nem aviões, com menos microfones e quase nenhuma câmara! Mas ainda estou na ativa! Grato por quem orou por mim! Não mereço, mas ganhei mais do que mereço.
2
Mas penso nos outros que carregam esta disfunção! Há crianças, adolescentes, jovens, adultos, anciãos a enfrentar o câncer. Outras doenças também matam com dores até mais martirizantes. Mas é do câncer que mais se tem medo. O diagnóstico sempre preocupa. São células rebeldes que precisam retroceder para não contaminar as células sadias.
Sofrem de câncer o menino, a menina, o jovem, avô, avó, tio e tia, namorados, atletas, bandidos, santos, governantes, artistas, ricos e pobres, médicos e até pregadores que diziam que Jesus cura seus fiéis e seus familiares!
3
Uma disfunção do corpo devora as células de tal maneira que as células vão sendo comprometidas antes do coração e do cérebro. Em muitíssimos casos, os fármacos, uma cirurgia, um milagre revitalizam as células e a pessoa recupera a vitalidade e sobrevive. Cada filho ou filha de Deus atingida por esta enfermidade reage como é, ou como aprendeu a reagir.
O fato é que, no dia em que o médico sereno e amigo nos diz que seu corpo está perdendo células vitais em determinada região do corpo , se for o seu caso, vc sabe que tem mais alguns meses, ou muitos anos de vida. Mas é apenas uma possibilidade. Pode haver revitalização ou não; pode haver milagre ou não. Aí entra a calma e a fé! Milagres acontecem! Oração funciona! E nem sempre só os bonzinhos e gentis são curados. Pecadores também! É aí que a chance aumenta!
4
Procurar clínicas, ir a um lugar de romaria, um templo, pedir mais alguns de vida, procurar um pregador que apregoa curas no seu templo na mais igreja, pedir intercessão, tudo isso é ótimo.
Mas quando se crê que o autor da vida é Deus, talvez a atitude mais certa é manter a calma e seguir as orientações dos médicos e médicas. Como poucos sobreviverão mais de 80 anos, convêm conversar com aquele que nos criou e colocar corpo e espírito no colo dele. As células ou nos levarão, ou esperarão. Mas estaremos em paz se entendermos que se trata de uma passagem.
5
Se estou morrendo? Não! Os médicos não mentem para mim, nem para meus superiores religiosos. O que sei é que o tratamento é de qualidade. E os médicos ficaram alegres. São queridos. Todos e todas. As Irmãs PMMI são serenas e competentes. Daqui a alguns meses direi se as células foram controladas. Veremos enquanto oro e ajudo meu povo a pensar .
Mas não tenham pena de mim. Pensem nos que perderam a paz por causa dessas células. Eu continuo crescendo como pessoa e como pregador diante de mais este desafio. Não foi o único e provavelmente não será o último! Todo mundo passou ou passará por desafios.
6
Ele sabe e eu também acho que sei que a decisão é Dele! Oro por todos que deitam naquelas máquinas ou recebem aquelas injeções mensais! A maioria encara o tratamento com serenidade!
Agora que meus médicos dizem que estou fora deste perigo, mas que terei que me cuidar para sempre, desejo o mesmo a todos.
Aguardem mensagens e cds a respeito . É uma das razões porque estou guardando silêncio até 31 de janeiro. Orem comigo. Oro com vocês em minhas liturgias! Grato!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

JOÃO LUIZ É O NOVO COORDENADOR DA RCC DO MARANHÃO.


JOÃO LUIZ FARIAS

altJoão Luiz Farias, atual coordenador do Ministério de Pregação da Renovação Carismática Católica do Maranhão, é o novo presidente do Conselho Estadual da RCC, para o biênio 2014-2015. Ele sucede o diácono Francisco Camêlo que, até o final de 2013, preside o Conselho diocesano da Arquidiocese de São Luís do Maranhão, e marcou a história do Movimento no Estado, como primeiro conselheiro que se tornou diácono durante o processo de coordenação.
A escolha aconteceu nesse final de semana, 30 de novembro e 1 de dezembro, na Casa de Encontro das Irmãs da Misericórdia, durante Assembleia Estadual.
Sobre o novo presidente 
João Luiz Farias é casado e pai de duas filhas, que junto com a esposa também participam da RCC, na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, no Grupo de Oração Estrela da Manhã, na Igreja Menino Jesus de Praga. Atualmente está à frente do Ministério de Pregação no Estado, missão que assumiu em 2010.
“Com a graça de Maria e a passagem da apresentação do Anjo a Nossa Senhora eu quero que consagremos nosso estado a Nossa Senhora. E peço que Maria nos dê força!”. (João Luiz, novo presidente do Conselho Estadual da RCC Maranhão).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

NOVA TURMA DE DIÁCONOS!

 Por: Bento Leite
 FONTE:facebook.com/Arquidiocese de São Luís-ma
 Foto: facebook.com / Cláudio Cruz
Durante reunião com diáconos permanentes na noite de ontem, 21, o arcebispo de São Luís, dom José Belisário da Silva, anunciou que “é preciso partir para a segunda turma de diáconos”. “Esse é o nosso encaminhamento concreto: dar início à nova turma”, pontuou. Dom José Belisário explicou que ao longo de 2014 será realizado um processo vocacional para começar a nova turma em 2015. O processo consiste em ouvir as indicações dos padres e das comunidades, receber e avaliar os candidatos, convidar e selecionar.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dom José Belisário fala sobre o 1º ano do Diaconado Permanente.

Um ano de diaconado permanente

Dom José Belisário da Silva *
A identidade do diácono se encontra, antes de tudo, na ordem do ser. Ele recebe uma graça sacramental que determina o espírito com que exerce o seu ministério. Por isso, não deve, em primeiro lugar, ser definido a partir das funções ou dos poderes que lhe são confiados. Ele recebe uma marca indelével através da ordenação sacramental. É na sua significação que se encontra a especi­ficidade do diaconado.(Diretrizes para o Diaconado Permanente, nº 33 – CNBB).
Neste mês de novembro completa-se um ano da ordenação do primeiro grupo de diáconos permanentes da Arquidiocese de São Luís. É uma data a ser festejada com alegria e gratidão, mas é também um tempo favorável para uma avaliação do caminho percorrido.
Numa sociedade marcada pelo fazer, há, antes de tudo, um risco a ser evitado, a saber, o risco de compreender o ministério diaconal numa perspectiva funcionalista, pragmática, reduzindo-o à prestação de serviços ou ao cumprimento eficiente de determinadas funções. Claro que as funções são importantes e devem ser desempenhadas com esforço e amor. No entanto, como afirmam as Diretrizes para o Diaconado Permanente, a identidade diaconal encontra-se, antes de tudo, na ordem do ser e não do fazer. Eis o desafio: ser um cristão diácono sempre, em todas as circunstâncias, e para sempre.
Numa sociedade marcada pela busca do poder, pela busca do interesse próprio, na qual até as relações humanas são mercantilizadas, onde o valor da pessoa é estabelecido pelo mercado, pelo poder e pelos bens que se têm, pela capacidade de produzir ou consumir, os diáconos devem nos ajudar a resgatar a lógica da gratuidade, na perspectiva da graça. Seria uma lástima entender o diaconado como busca de privilégios e honrarias.
O Documento de Aparecida fala dos “novos rostos dos pobres”. Ao lado de antigos problemas sociais que lamentavelmente perduram e, por vezes, se agravam, novos rostos de sofredores assomam à cena social – dependentes de drogas, detidos nas prisões, idosos abandonados, meninos de rua, enfermos e tantos outros. Perante esses “novos rostos dos pobres”, o serviço da caridade torna-se mais necessário e desafiador e pressupõe uma caridade inteligente e organizada, tanto de cunho emergencial como de cunho sócio-transformador.
            São Luis 
Estamos vivenciando no Brasil uma grande diversidade de situações culturais. O pré-moderno, o moderno e o pós-moderno convivem e frequentemente se misturam. Essa situação exige do evangelizador uma atitude de abertura e de diálogo. Surgem novos areópagos que constituem verdadeiros desafios para a ação evangelizadora da Igreja. Esses novos areópagos são terreno propício para a presença e atuação dos diáconos permanentes.
            Também o contexto eclesial propõe desafios ao diaconado permanente. O cenário religioso tem sofrido modificações nas últimas décadas. Multiplicação das novas denominações religiosas, a teologia da prosperidade, o crente visto como consumidor ao qual se devem satisfazer as necessidades pessoais, o proselitismo e a competição, o consumismo religioso, a privatização e a des-institucionalização da religião são mudanças que podemos perceber a olho nu e que são constatadas e analisadas pelas ciências sociais. O diácono permanente é convidado a compreender este novo cenário não para acomodar-se nele, mas para buscar transformá-lo a partir de posturas pastorais adequadas.
            Um ano de diaconado permanente na Arquidiocese. Parabéns, diáconos! Somos gratos a vocês por corresponderem à vocação que Deus lhes concedeu.
*Arcebispo de São Luís
FONTE: cnd.org.br

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Pastoral da Juventude de São Luís realiza campanha de combate a violência




Para alertar sobre a violência e o extermínio de jovens que vem acontecendo ao longo dos últimos anos descontroladamente em São Luís e em diversas outras cidades do estado e do país, integrantes da Pastoral da Juventude Arquidiocesana da capital, irão realizar neste dia 10 de novembro, mais uma edição da Campanha de Combate a Violência e Extermínio de Jovens.
Dados da pesquisa Mapa da Violência no Brasil 2013, mostra que no Maranhão em 2001 a taxa de homicídio de jovens por cem mil habitantes foi de 16,3%, em 2011 a porcentagem chegou a 35,5%. O estudo mostra ainda que em relação a outros estados no Maranhão, Pará e Bahia os números duplicaram no período.
O domingo (10)  foi escolhido para a campanha porque esse também é o dia em que se comemora o Dia Nacional da Juventude 2013 (DNJ) que este vai trabalhar o tema escolhido nacionalmente, “Juventude e Missão” e que traz o lema “ Jovem: levante-se seja fermento” que traz como proposta um caminho missionário para os jovens da igreja do Brasil. Em 2012 aproximadamente mil pessoas participaram e este ano a expectativa da organização é que esse número seja superado.
“A celebração do DNJ é realizada a vários anos e buscamos mobilizar o maior número de pessoas e chamar atenção para violência que tem acontecido ultimamente”, acrescenta o secretário da pastoral da juventude, Ronald Rabelo.
Os jovens membros da pastoral e de  diversas outras igrejas católicas de São Luís vão percorrer a Avenida do Parque Araçagi, Alonso Costa, Vila Luizão até a comunidade Santo André na Divinéia. Durante o percurso familiares que perderam entes queridos  vão prestar depoimentos e compartilhar a dor que sentem com os demais, orações, músicas de louvor, missa e apresentações de bandas locais também fazem parte da programação.
A festa diocesana vai começar a partir das 13h no Colégio Marista-Araçagi, membros de congregações, novas comunidades católicas e pessoas de toda a comunidade foram convidados a participar e compartilhar o momento de reflexão.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

História e uso da Casula

Do salvemaliturgia.com

Casula
Por Kairo Rosa Neves de Oliveira

Cristo representado usando a casula, sumo e eterno sacerdote

História da Casula

A casula origina-se da antiga vestimenta romana, o byrrus ou paenula, uma espécie de manto em forma de poncho que os homens vestiam sobre suas túnicas. Tal veste era de uso corrente no âmbito civil romano entre os séculos III-VI. Entre os séculos VI e VII, com a adoção da indumentária germânica (túnicas masculinas mais curtas acompanhadas de calças, mantos com aberturas no braço direito, etc) aos costumes romanos, a paenula foi paulatinamente sendo reservada ao uso eclesiástico, haja vista que os clérigos mantiveram o costume indumentário romano. No mosaico do século VI retratando a corte do Imperador Justiniano na Basílica de São Vital em Ravena, já é possível distinguir perfeitamente as vestimentas dos leigos e dos clérigos. Contudo, há menções a um antigo retrato de finais do século VI do Papa São Gregório I Magno junto com seu pai e ambos estão vestindo a paenula, muito embora o pai de São Gregório fosse leigo. Portanto, esse processo foi lento e não ocorreu simultaneamente em todas as regiões.


Mosaico do século VI em Ravena retratando a passagem bíblica da oração do fariseu e publicano, representados com trajes civis romanos.


Mosaico do século V na Basílica de Santo Ambrósio em Milão retratando Santo Ambrósio.


Mosaico do século VI retratando a corte do Imperador bizantino Justiniano I, Basílica de São Vital, Ravena. Note-se que já é possível distinguir os trajes civis dos eclesiásticos. O Arcebispo Maximiano é o único a estar vestindo a paenula.

Tendo sido reservada para uso litúrgico em meados do século VI, até o período carolíngio (séculos VIII-IX) a casula ainda será de uso geral para todos os ministros litúrgicos em algumas regiões. Somente no século IX que se torna veste exclusiva dos sacerdotes. Roma, contudo já seguia essa norma depois do século VII. É durante o período carolíngio também que as casulas sofrerão as primeiras modificações da decoração e formas. Para facilitar a movimentação dos braços, encurta-se um pouco nos lados ou na parte frontal.


Pintura do Saltério de Carlos, o Calvo, século IX. Nela podemos ver as casulas dos Bispos com encurtamento frontal.


Pintura do Evangeliário de Otto III, cerca do ano 1000. Nela vemos a casula do bispo com leve encurtamento lateral.

Ainda se usavam também as casulas cônicas, que se estendiam inteiras até os pés tal como a antiga paenula. A casula cônica será característica do período românico até o século XII (embora as outras duas formas mencionadas também ainda fosse usadas), quando será substituída pelo modelo gótico, que encurta um pouco os lados dos braços nas barras. O modelo gótico perdurará no Ocidente até o século XV, sofrendo apenas variações na sua decoração, mas havendo uma grande uniformidade na forma.


Vitral do século XII na Abadia de St-Denis retratando o Abade Suger. A Casula já segue o modelo gótico.


Detalhe de um afresco de Giotto na Basílica de São Francisco em Assis, século XIV. Nela vemos um presbítero usando uma casula gótica ricamente decorada.

A partir do século XVI, por maior praticidade, passa-se a encurtar cada vez mais as laterais das casulas, até que em finais do século XVII chega-se ao modelo hoje conhecido como casula romana e que foi o mais utilizado no Rito Romano até o Movimento Litúrgico do século XX recuperar o uso das casulas góticas, que se tornaram novamente comuns após a reforma litúrgica de 1969. Contudo, as casulas góticas atuais geralmente são mais simples e de tecidos mais leves que as medievais. Há também as casulas semi-góticas surgidas no século XX que consistem em uma versão mais curta da casula gótica.


Pintura do século XVII retratando São Felipe de Néri. Nela já vemos um modelo de casula bastante encurtado nas laterais dos braços.


Pintura de Jeronimo Jacinto, século XII, retratando uma Missa. Nela vemos o modelo de casula que originou a conhecida casula romana.


Fotografia da década de 1960 de São Josemaría Escrivá celebrando Missa usando uma casula neo-gótica.

Uso na forma ordinária

A casula é usada sempre sobre alva e estola, preferencialmente com amito e cíngulo; por conta do seu significado atrelado ao sacrifício, a casula é usada unicamente na missa. Única excessão é a celebração da Paixão no Senhor, na qual não se celebra verdadeiramente a missa, apenas recorda-se da Paixão Salvífica de Cristo.
O bispo, nas missas mais solenes, usa casula sobre a dalmática. Nas concelebrações, por conta de um número elevado de concelebrantes, esses podem ser dispensados do uso da casula, não porém, o celebrante principal.
Entretanto, seria louvável que as dioceses tivessem conjuntos de casulas no número dos seus padres. Ainda que simples e todas da cor branca, elas proporcionariam uma beleza visual na uniformidade das vestes dos concelebrantes, além de mostrar maior clareza na unidade sacerdotal.


Sua Santidade durante a celebração da Paixão do Senhor

Durante as procissões e para a bênção do Santíssimo Sacramento usa-se pluvial da cor da missa em que se encontram. Retira-se, ainda, a casula para o lava-pés, para a unção do altar e para a adoração da cruz na celebração da paixão.


Retirando-a para a unção de um altar


Além disto, não retira a casula para nenhum outro rito durante a celebração da Santa Missa.


A transladação do Santíssimo Sacramento, na Quinta-feira Santa, é feita com véu umeral sobre a casula e não sobre o pluvial


Uso na forma extraordinária
O uso é semelhante ao da forma ordinária, com algumas poucas modificações.No início da celebração, para o rito de asperges, usa-se pluvial. Na celebração da paixão, só se usa casula durante uma das partes da liturgia. Na vigília pascal, a casula é retirada em certos momentos; por exemplo, se não há dioácono, o celebrante retira a casula e veste dalmática para a proclamação da páscoa.


Padre vestindo a casula após retirar o pluvial, usado durante o rito de asperges


Os sacramentos que ocorrem durante a missa e a homilia, não são consideradas partes da mesma. Todavia, o sacerdote não retira a casula em nenhuma dessas ocasiões. Para a homilia, pro exemplo, retira apenas o manipulo. Para os sacramentos que são realizados imediatamente antes da celebração da missa, usa-se pluvial geralmente.

Existe ainda uma permissão para o uso da casula quando não se celebra a missa, numa situação muito particular: para se impor as mãos sobre os que vão ser ordenados presbíteros pode-se usá-la sobre estola e sobrepeliz; mas apenas durante o rito, pondo-se antes e retirando-se depois. Para a procissão do Santíssimo Sacramento usa-se casula com véu-umeral, semelhante à transladação do Santíssimo na forma ordinária.


Recebimento da casula
A casula é vestida pela primeira vez na ordenação presbiteral. Logo após a imposição das mãos e oração consecratória, o padre retira a estola diaconal, põe a presbiteral e, sobre ela, a casula. Posteriormente, segue o rito de ordenação com a unção das mãos.

Na forma extraordinária, o sacerdote recebe a casula amarrada na parte posterior, sendo chamada casula plicada. Ele permanece com ela do momento que a recebe até o final da celebração. Quando o bispo diz sobre ele a oração: "Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados; aqueles a quem não perdoardes, eles serão retidos." Então as casulas são desamarradas.


padres com casula plicada


ao final da celebração, os novos sacerdotes tem as casulas desamarradas


na forma ordinária, o neo-sacerdote usando casula sem amarras desde a recepção


Oração ao paramentar-se

"Domine, qui dixisti: Iugum meum suave est, et onus meum leve: fac, ut istud portare sic valeam, quod consequar tuam gratiam. Amen."


"Senhor, que dissestes: O meu jugo é suave e o meu peso é leve, fazei que o suporte de maneira a alcançar a Vossa graça. Amém."


A oração para vestir a casula é a última parte da grande oração para paramentação, conlui-se com "Amen". Ela fala da casula como "julgo suave de Cristo" e recorda a cruz que aparece em vários modelos.


Alguns equívocos em relação aos modelos de casula


Na forma ordinária usa-se casula gótica e na forma extraordinária, romana.
Errado. Todos os modelos de casula (gótica, romana, neo-gótica, etc) podem ser usados em ambas as formas do rito romano. Igualmente, ambas podem ser usadas pelo bispo com dalmática pontifical.


Dom Raimund Burke celebrando com casula neo-gótica na forma extraordinária

João Paulo II celebrando, na forma ordinária, com casula romana.


Os (con)celebrantes devem usar todos o mesmo modelo de casulaErrado, mas com ressalvas. É, sim, permitido que, numa mesma celebração, alguns sacerdotes usem um modelo de casula e outros usem outro. Por exemplo, o bispo usa casula gótica e os seus sacerdotes, casula romana; ou ainda, os já sacerdotes usam casula romana e os que se estão ordenando, gótica. O que não se pode fazer é misturar dois ou mais modelos, se disso resultar uma combinação desarmônica, que fuja ao bom senso litúrgico.


O celebrante endossa casula romana e os concelebrantes usam góticas


Casula é diferente de planeta (pianeta)Não exatamente. Casula (gótica) e planeta (romana) já foram tidas como peças sensivelmente diferentes. Por algum tempo o sacerdote para usar a casula gótica necessitava da autorização do ordinário do lugar. Atualmente, depois da publicação do missal de 1962, os dois modelos foram equiparados em todos os aspectos. Sendo assim, casula e planeta podem ser tratador como sinônimos, por mais que alguns usem cada um dos nomes para se referir a um modelo.


Quando se usa casula, a estola é dispensávelErrado. Sempre que se usa casula é obrigatório o uso da estola. O Galão é um ornamento presente na casula que não faz as vezes da estola, sendo assim não se pode suprimir a estola por conta desse elemento. Vale a pena ressaltar ainda que a estola usa-se sempre sob a casula e nunca sobre ela.




Fotos de diversos modelos na atualidade


Papa Bento XVI usando uma casula gótica verde.


Usando casula branca (tons de dourado) durante a benção na Páscoa.


Bordado de cruz em casula romana, simbolizando o julgo suave de Cristo.

Casula romana com gola redonda.


Cardeal com casula romana com gola em trapézio.


Papa Bento XVI usando casula gótica com galão, decoração em forma de coluna.


Casula com cruz trífida, que nasce como uma faixa indo até o pescoço, ramifica-se nos ombos e volta a juntar-se nas costas.

Caráter Sacrificial e obrigatoriedade da casula

No decorrer dos séculos, como vimos, a casula teve seu uso resumido aos sacerdotes. Não tardou para que fosse atruído à casula uma imagem de "veste do sacerdote". A casula foi comparada o manto que deveriam usar os judeus ao imolar o cordeiro para a páscoa, como foi ordenado na lei de Moisés. Assim como faziam os sacerdotes daquele povo, fazem os do povo cristão: imolar o cordeiro estando cingidos e vestidos com o manto.

A relação entre casula e o caráter seu sacrificial é tão notável, que alguns protestantes deixaram de usar a casula para indicar que não se realizava ali verdaeiramente um sacrifício. A omissão da casula, por mais que não deva ser diretamente relacionada com a negação desse dogma, deixa de expressar essa belíssima realidade presente na Santa Missa que é a celebração do sacrifício incruento de Cristo.



Representação de Cristo com vestes pontificais, indicando assim que é o Sumo-sacerdote. Ele usa alva, estola, tunícela, dalmática e, sobre tudo isso, a casula.

Ademais, a casula é prescrita nas rubricas como veste de uso obrigatório para a celebração da missa. Diferentemente da dalmática, a casula não é veste festiva, mas veste diária; o que não impede que se tenha casulas mais enfeitadas para as solenidades e mais simples para as missas diárias.


Bibliografia

História da Casula

Por Rafael Diehl


RIGHETTI, Mario. Historia de La Liturgia. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, s/d;
JUNGMANN, Josef Andreas. Missarum Solemnia: Origem, liturgia e história da missa romana. São Paulo: Paulus, 2009.Demais ítens

Por Kairo Neves

Caeremoliane Episcoporum 56, 62, 65, 66, 301, 322, 534, 902, 946;
Introdução Geral do Missal Romano 119, 209, 336, 337;

Curso de Liturgia do Padre Reus, caput II.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

História e uso da Dalmática


Do salvemaliturgia.com


Por Kairo Rosa Neves de Oliveira

História


A história da dalmática pontifical precede a história da dalmática diaconal. Os primeiros registros do uso da dalmática são dos Imperadores e nobres romanos. Tratava-se de uma túnica branca com duas faixas púrpuras. No âmbito eclesiástico, seu uso a partir do século II se deu na vida civil. Após várias mudanças tempo constituiu veste exclusiva do clero. Fato marcante deste período, é São Cipriano que retirou a dalmática antes do martírio.

No século IV, começou a ser usada como paramento exclusivo do Romano Pontífice. O primeiro papa a usá-la durante as funções litúrgicas foi Silvestre. Posteriormente, passou a ser concedido o privilégio aos diáconos de Roma. Seu uso não se dava diariamente, mas em ocasiões especiais. É notável como desde o início do seu uso na liturgia, tal paramento se relaciona com a solenidade da celebração.

Nos séculos V e VI, passou a ser concedido aos bispos. No princípio, era uma concessão a cada clérigo individualmente. Assim a dalmática passou a ser uma insígnia episcopal, também própria de alguns diáconos e abades a quem era dada tal honra.




Diácono com dalmática no século VII, ornamento da parede do batistério da Arquibasilica do Latrão.

Pouco antes do século XII, o papa concede uso oficial da dalmática aos cardeais, aos bispos, aos abades e a alguns outros prelados. Passa então a ser veste própria dos diáconos, introduzindo na ordenação diaconal o rito da vestição da dalmática. A partir dos séculos XVI e XVII, mantém o comprimento original dos dias atuais.




Dalmática do Século XVII

Formato e uso

A dalmática pontifical, possui a mesma forma da dalmática diaconal. Veste até os joelhos, com mangas mais largas que as da alva, possui duas listras verticais (clavi) e duas listras horizontais (segmentae).

Dalmática pontifical

Ela é usada pelos bispos sobre túnica e estola e por baixo da casula. O bispo pode fazer uso da dalmática em qualquer missa celebrada em sua diocese. Seu uso é obrigatório, na forma ordinária do rito romano, nas missas pontificais conforme o Cerimonial dos Bispos.


Bento XVI, na dedicação de um altar.



Cardeal Hoyos durante a homilia.



Bispo durante a procissão de entrada com dalmática vermelha.



Papa Bento XVI, com dalmática vermelha.



Cardeal Hoyos de dalmática roxa, em uma ordenação.



Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI, celebrando na forma extraordinária do rito romano, com dalmática .


Bispo, durante missa pela alma de João Paulo II, com dalmática negra.

Como vimos nas fotos acima, o uso da dalmática é mais visível com a casula romana (modelo mais curto),entretando, também se usa dalmática pontifical com casula gótica (modelo mais amplo). A dalmática pontifical também varia de acordo com a cor litúrgica.

Apesar de não ser muito comum no Brasil que os bispos usem dalmática pontifical, a forma ordinária prevê o uso da dalmática e o tem como obrigatório em algumas circunstâncias.


Dalmática diaconal

O diácono a usa dalmática sobre a alva com estola a tiracolo. De maneira semelhante ao bispo, pode fazer uso dela em qualquer celebração. Todavia, diferentemente da casula, seu uso não é obrigatória nas missas mais simples.

Os diáconos-assistentes, na forma extraordinária do rito romano, fazem uso da dalmática sobre a sobrepeliz e sem estola.



Na basílica vaticana, diáconos-assistentes com dalmáticas no estilo barroco.



Cardeais diáconos com dalmáticas na forma extraordinária do rito romano. À frente do Pontífice, vai um cardeal-diácono que oficiou na celebração, com estola e alva. Ao seu lado estão os diáconos-assistentes, que usam dalmática com sobrepeliz.


Diáconos incensando o povo de dalmática, durante as vésperas.



Dalmática vermelha, notamos a presença de um brasão bordado.




Diácono em procissão com dalmática, notamos bem a presença de clavi e segmentae.



Domingo de Ramos, diáconos proclamando o evangelho da Paixão, o segundo diácono mostra discretamente a estola a tira-colo.



Diáconos na capela sistina.



Cardeais-diáconos assistindo ao papa na basílica de São Pedro.




À frente do bispo, vemos diáconos com dalmática sobre sobrepeliz e um pouco a frente destes, o diácono que oficiará na celebração com dalmática sobre alva e estola.


Bibliografia:
Caeremoniale Episcoporum 26, 56, 125;
"La dalmatica": http://www.cattoliciromani.com/forum/showthread.php/dalmatica-9636.html?ltr=D&t=9636;
"Breve descrizione della liturgia pontificale" di Francesco G. Tolloi : http://www.unavoce-ve.it/05-03-33.htm;
"Dalmática" Filippo Oppenheim: http://www.unavoce-ve.it/ec-dalmatica.htm.