Poucos sabem, mas o estado do Maranhão está produzindo uva. O plantio está localizado no município de Grajaú, onde existe uma área de 8 hectares das variedades Patrícia e Isabel, com previsão de colheita de aproximadamente 280 toneladas de frutas até meados de 2012. Além da uva, a estimativa é de que, ao todo, existam 500 hectares de fruticultura no município de Grajaú.
O plantio de uva, conduzido pelo engenheiro agrônomo Renato Nunes Filho, faz parte de um projeto do Grupo Agroserra, que pretende, ao longo dos próximos 10 anos, expandir a área para 100 hectares de plantio de uva e mais 60 hectares de outras frutas, dentre elas maracujá, abacaxi e acerola.
A produtividade da uva atingida na primeira colheita, realizada no ano passado, foi de 35 toneladas por hectare, comercializada em Grajaú e municípios circunvizinhos, a um valor médio de R$ 3,50 o quilo. Dos 8 hectares de uva, 2 deles serão destinados para uva de mesa e os outros 6 para a produção de suco e vinho.
Com uma diversidade de culturas no município, que reúne um plantio de aproximadamente 12 mil hectares de arroz, 5 mil hectares de soja e 4 mil de milho, 350 hectares de melancia e outras frutas irrigadas, além da piscicultura e produção de gesso, a previsão é de que a região central do Maranhão desponte no cenário do agronegócio maranhense, que é responsável por 22% do PIB estadual.
A produção de melancia é comercializada não só na região, mas também em outros estados do Brasil, incluindo São Paulo.
O início desse processo de desenvolvimento do centro maranhense aconteceu na semana passada, durante visita do secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca – Sagrima, Cláudio Azevedo, do secretário adjunto, Raimundo Coelho e do chefe da Embrapa Cocais e Planícies Inundáveis, Valdemício Ferreira de Sousa, que estava acompanhado de pesquisadores da empresa.
Cláudio Azevedo informou que a visita ao município foi uma determinação da governadora Roseana Sarney. “Ela afirmou que irá criar um Centro Tecnológico de Difusão da Agricultura e Piscicultura e viemos ao município para constatar as potencialidades da região e discutir a implantação deste centro”, explicou o secretário, que visitou o vinhedo e outras áreas de produção de milho, melancia, arroz e piscicultura.
Após a visita aos campos agrícolas, Cláudio Azevedo e comitiva reuniram-se à noite com o prefeito de Grajaú, Mercial Arruda. Ao final do encontro, ficou acertada a criação de um comitê gestor do projeto. Participarão do comitê, além da Embrapa e Sagrima, aquelas secretarias estaduais com ações relacionadas ao centro, agentes financeiros, entidades de classe e poder público municipal.
O secretário da Sagrima explicou que o centro tecnológico vai possibilitar a capacitação da mão de obra, além de levar tecnologia aos pequenos produtores. “Estamos aqui com a Embrapa, órgão de pesquisa reconhecido internacionalmente e vamos conversar com prefeitos da região, empresários rurais, produtores e todos os envolvidos nos elos da cadeia produtiva para fazermos um diagnóstico da região, discutir qual a estrutura do centro, área de abrangência e todos os outros assuntos pertinentes”, explicou Cláudio Azevedo.
O prefeito Mercial Arruda disse estar muito feliz com a expectativa de Grajaú se tornar um pólo de produção. “Agradeço a presença do secretário Cláudio Azevedo nesta região que é muito rica e esperamos que o centro nos possibilite aumentar nossa produção, que é bastante diversificada”, afirmou ele.
O engenheiro agrônomo Renato Nunes Filho, que também participou da reunião elogiou a presença de representantes da Sagrima e da Embrapa no município. “Estas ações em conjunto são muito importantes e a criação deste centro vai facilitar bastante o trabalho, porque teremos uma outra realidade, muito mais próxima de nós”, afirmou Renato Nunes. “Para a implantação deste plantio de uva tive que visitar várias áreas da Embrapa no país, incluindo os estados do Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul”, complementou ele.
O chefe da Embrapa no Maranhão, Valdemício de Sousa afirmou estar impressionado e muito surpreso com o município de Grajaú. “É preciso organizar a cadeia produtiva e trabalhar com uma produção que vise também a industrialização dos produtos”, sugeriu ele.
Fonte: www.sagrima.ma.gov.br
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