domingo, 20 de fevereiro de 2011

Secretários de agricultura do NE firmam pacto para erradicação da Aftosa

Do Imparcial Online

Cláudio Azevedo cobrou atenção ao rebanho comercial do Maranhão de mais de sete milhões de cabeças de gado
 
Secretários de Agricultura da Região Nordeste se reuniram, na última semana em Maceió, com objetivo de conhecer as metas que o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou para serem cumpridas até dezembro de 2011, visando alcançar o reconhecimento da erradicação da Febre Aftosa, até maio de 2012, pela Organização Internacional de Episotias (OIE).  Eles discutiram as estratégias do plano regional para unificar a classificação nacional para “Zona Livre de febre aftosa com e sem vacinação”.

 “Este é o momento de os estados se unirem para erradicar a febre aftosa, esforço de grande importância política e econômica para o país”, ressaltou o secretário Chefe do Gabinete Civil de Alagoas, Álvaro Machado, que representou o governador Teotônio Vilela Filho durante o encontro.

A reunião foi conduzida pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Sérgio Ferreira Jardim, e o Diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA, Guilherme Marques.

Segundo Jardim, o Ministério de Agricultura vê a erradicação da febre aftosa no país como prioridade. “É uma estratégia de Saúde Pública e Segurança Alimentar que o Governo Federal está empenhado paraconquistar. Para isso é importante integrar o setor produtivo e os governos estaduais e federal”.



Maranhão

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca, Cláudio Azevedo, destacou que o estado merece uma atenção especial do Ministério por possuir um rebanho altamente comercial de 7 milhões de cabeças de gado, formado predominantemente de pecuária de corte, com cinco plantas frigoríficas aptas para exportação pelo Porto do Itaqui.

“Os demais estados do Nordeste tem rebanhos pequenos, a maioria de pecuária leiteira, que não tem interesse de exportação” informou Azevedo acrescentando que a erradicação da febre aftosa é prioridade para o Governo do Estado. “estamos reunindo todos os esforços técnicos e políticos para ter condições de cumprir as metas do Ministério e finalmente alcançar a classificação livre de aftosa, status que buscamos há sete anos, desde que elevamos nossa classificação de alto para médio risco”, reforçou Azevedo.

O secretário da Sagrima lembrou que o último foco da doença no território maranhense aconteceu em 2001. Mas, há cerca de três anos o Maranhão não recebe recursos do Mapa para defesa animal, e os valores programados para este ano - cerca de R$ 2 milhões - não serão suficientes para o cumprimento das metas apresentadas.  “Estados com territórios e rebanhos bem menores estão programados para receber recursos muito maiores”, denunciou Azevedo.



Metas

Durante a reunião, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, apresentou uma agenda de compromissos e estratégias a serem cumpridos pelos estados até dezembro de 2011.

Pelo cronograma proposto, as agências de defesa agropecuária e secretarias estaduais de agricultura terão metas semanais a cumprir, sobretudo no que se refere à cobertura vacinal de rebanho, controle de barreiras sanitárias e cadastramento de dados do setor.

“O Brasil gasta R$ 126 milhões por ano para manter a estrutura física da defesa agropecuária nacional. Esse ano, o índice de vacinação da aftosa tem que ser o maior da história do Nordeste”, explicou Guilherme Marques.

Caso todas as metas propostas pelo Ministério sejam cumpridas, a documentação dos estados será enviada à OIE, que avaliará e aprovará a elevação da classificação da região Nordeste para livre de aftosa com vacinação. A confirmação do novo status deve ser anunciada em maio de 2012.

“Em no máximo cinco anos, o Ministério quer ver o Nordeste livre não só da febre aftosa como de outras enfermidades animais”, garante Guilherme Marques.



História

Na década de 90, o Brasil substituiu as estratégias de controle para uma política de combate à febre aftosa, visando a criação de zonas livres da doença, permitindo o trânsito internacional de carne brasileira para os mercados americano e europeu.

Na década de 70, o país possuía 10.600 focos da doença. A última ocorrência data de abril de 2006 em Mato Grosso do Sul. “Precisamos ser vigilantes e manter nossas barreiras sanitárias. Os Estados Unidos erradicaram a febre aftosa na década de 20 e conseguiram se manter imunes até hoje. Já o Japão registrou foco de aftosa 96 anos de depois de erradicá-la. O trabalho de vigilância sanitária será permanente”, garante o Guilherme Marques.

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