quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DISCURSO DOS BISPOS BRASILEIROS DO MARANHÃO AO PAPA, NO VATICANO.

Quinta-feira, 28 de outubro de 2010, 17h18

Da Redação

Santidade,
aqui estamos os bispos das 12 dioceses que compõem o Regional Nordeste V da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil cujo presidente é Dom Gilberto Pastana de Oliveira, bispo de Imperatriz.

O nosso Regional corresponde aos limites geográficos da Província Eclesiástica de São Luís do Maranhão cujo arcebispo é Dom José Belisário da Silva, OFM.

Sabemos que se o ramo não permanece na videira, não produz frutos, mas seca e morre. Assim também sabemos que nós bispos, se não permanecermos unidos ao Vigário de Cristo, também teremos um ministério estéril e a nossa própria vida interior secará. Por isso, estamos felizes em poder estar aqui, num momento privilegiado de comunhão eclesial.

Afirmamos que não há adjetivos que possam qualificar o nosso encontro, mas acreditamos que nossas expressões falam muito mais da nossa alegria do que qualquer coisa que possamos dizer.

Estamos aqui porque queremos que o nosso ministério episcopal produza frutos, de modo que possamos, em conformidade com o Concílio Vaticano II e todo o Magistério da Igreja, contribuir para que a Igreja seja realmente Sacramento de Salvação.

Para que isso aconteça, sabemos que a palavra chave é fidelidade. Queremos ser fiéis a Deus, que nos chamou para participar de uma obra que não é nossa, mas dele, de salvação de toda a humanidade, em especial das ovelhas que nos foram confiadas. Fidelidade à Igreja, na qual realizamos o nosso ministério. Fidelidade a Vossa Santidade: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16:18), que confia em cada um de nós e conta com a nossa colaboração para que a obra do Reino continue acontecendo. Por fim, fidelidade às ovelhas que nos foram confiadas, porque esperam muito de nós e do nosso ministério.

Esta fidelidade tem uma única fonte: Jesus Cristo, nosso único salvador. Sabemos que, como a Pedro, ele nos pergunta: Tu me amas mais que os outros? E sabemos que, como aquele a quem Vossa Santidade sucede, devemos responder: Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo.

Este amor e esta fidelidade garantem que de fato permaneçamos unidos à Verdadeira Videira e possamos produzir frutos que permaneçam para a vida eterna. Alguns desses frutos já podem ser percebidos em nossas dioceses, como a formação doutrinal, moral, espiritual e pastoral, as conversões, o empenho missionário, em especial as missões populares, a leitura orante da Bíblia.

Tudo isso tem contribuído para que cada vez mais tenhamos verdadeiros discípulos e missionários, pessoas que realizaram o encontro pessoal com Jesus, abriram-se a um verdadeiro processo de conversão, assumiram a vida eclesial e passaram a participar ativamente da missão da Igreja, além de se tornarem capazes de relacionar a fé com a vida e a se comprometer com a construção de uma nova sociedade, que supere todos os sinais de morte, que são as manifestações do pecado. Assim, contribuem para que a sociedade seja transformada em sinal de vida e a justiça reine, de modo que os direitos sejam promovidos e a dignidade humana seja respeitada.

Mas isso também é insuficiente. E necessário ainda que a sociedade seja renovada a cada instante pela graça, para que possamos dizer que vemos com clareza o Reino de Deus presente na história. Deste modo, o critério do nosso agir é o Evangelho de Cristo, o que é garantia da nossa identidade eclesial e da nossa fidelidade a Jesus.

Colocamo-nos agora diante da Mãe de Deus e da Igreja, a quem veneramos com o título de Nossa Senhora Aparecida, e de São José, seu castíssimo esposo, a quem veneramos como São José de Ribamar, Padroeiro do Maranhão, para que intercedam junto a Jesus, a fim de que Vossa Santidade seja cumulada das mais copiosas bênçãos e graças e continue conduzindo, segundo o Coração de Jesus, a Igreja que vos foi confiada.

Roma, quinta-feira, 28 de outubro de 2010.

Pelos bispos do Maranhão,
Dom Xavier Gilles de Maupeou d'Ableiges.
Bispo Emérito de Viana.

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