segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

MARANHÃO TEM O MAIOR ÍNDICE DE MORTES NO TRÂNSITO DO BRASIL.ATÉ QUANDO ???


A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO DO CORREDOR DA MORTE

Lourival da Cunha Souza
Servidor Público Federal

A violência no trânsito é uma grave questão no mundo e em nosso País. É um problema social, econômico e de saúde pública. Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde mostram que, no mundo, cerca de 1 milhão e trezentos mil pessoas morrem por ano vítimas dos acidentes de trânsito, representando 3.500 óbitos por dia. Além disso, cerca de 50 milhões ficam com lesões, sequelas e traumas. A violência no trânsito, nas vias públicas das cidades e nas estradas, está matando e mutilando anualmente milhares de brasileiros, e dilapidando, para sempre, a vida de famílias que estão perdendo seus entes queridos.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, em artigo publicado em dezembro de 2009: “ Em 2007, foram 66.837 mortes segundo o seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre - DPVAT, uma média de 183 mortes por dia ou 7,6 mortes por hora. Um número alarmante, que coloca o Brasil entre os países com mais mortes no trânsito no mundo.

Na análise por unidades da Federação, das vítimas fatais a cada 10.000 veículos, mostra que o Maranhão apresenta a pior situação, com 23,2 mortes e São Paulo na melhor, com 4,7 mortes.São Luis, nossa capital, é o 23º colocado entre os 50(cinqüenta) municípios do país com maior número de mortes no trânsito. No período de 2005 a 2007, foram 139 óbitos.”

De 2007 a 2010, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, na BR 135, no trecho do Km 24 ao Km 42(Campo de Perizes) aconteceram 219(duzentos e dezenove) acidentes, dos quais 93 com ferimentos leves, 92 com ferimentos graves e 34(trinta e quatro) mortes.

Sou maranhense, tenho 52 anos, e desde a adolescência ouço notícias sobre acidentes fatais neste local, que também pode ser chamado de CORREDOR DA MORTE. Isto é inadmissível.

Desde o dia 28.11.2010, minha família foi mutilada emocionalmente, para sempre, pela perda de minha filha HIGINA, de 21 anos, vítima fatal, neste fatídico local, em razão de uma ultrapassem indevida realizada por outro veículo que trafegava em sentido contrário ao que a conduzia.

Segundo a OMS são gastos anualmente no mundo U$ 518 bilhões com acidentes de trânsito.

Com base em pesquisas do IPR-Instituto de Pesquisas Rodoviárias e da CET-Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo foi constatado que o custo dos acidentes no Brasil é em torno de 30 a 35 bilhões de reais por ano.

A ONU - Organização das Nações Unidas, preocupada com esta situação no mundo, instituiu o terceiro domingo de novembro como o Dia Mundial em Memória às vítimas de trânsito e lançou, uma campanha mundial denominada Década de Ação pela Segurança Viária (de 2011-2020) objetivando o comprometimento dos países com a implementação de ações para a redução destes acidentes. De acordo com os especialistas, se as atitudes previstas forem tomadas mais de 5 milhões de vidas poderão ser salvas até 2020.

Da receita do seguro DPVAT, 45% são repassados ao Ministério da Saúde, para custeio do atendimento médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito em todo o país e somente 5% são repassados ao Ministério das Cidades, para aplicação em programas destinados à prevenção destes acidentes. Ou seja, a prevenção está num segundo plano.

Diariamente na imprensa são estampadas manchetes de gravíssimos acidentes com vítimas fatais. Os períodos de feriados em nosso país é a certeza de centenas de mortes e feridos nas estradas. Isto está sendo banalizado, mas não pode continuar desta maneira.

Segundo autoridades do trânsito, que ouvi, 80% das causas dos acidentes são em razão do fator humano.

Entre as medidas que podem ser tomadas para reduzir essa tragédia no trânsito, cito campanhas de educação, melhor sinalização, melhores condições de segurança nas estradas e maior fiscalização, inclusive da lei nº 11.705/2008(lei seca), que endureceu as penas para os condutores que dirijam sob a influência de álcool.

Estou iniciando com este artigo uma campanha contra a violência no trânsito, adicionando-me a outras iniciativas já desenvolvidas neste país, com objetivo de reunir e divulgar dados para a sociedade sobre o tema, e realizar pleitos para as autoridades competentes, entre outros. Nesse sentido, conclamo todos aqueles interessados no assunto, em especial, os familiares de vítimas da violência no trânsito, para se associarem a este movimento. O meu contato é lourival.cunha@uol.com.br ou (98)8114-3707.

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