«Sem o Domingo não podemos viver». No ano 304, quando o imperador Diocleciano proibiu os cristãos, sob pena de morte, de possuírem as Escrituras, de se reunirem ao domingo para celebrar a Eucaristia, [...] em Abitene, uma pequena localidade na actual Tunísia, 49 cristãos foram surpreendidos a um domingo enquanto, reunidos em casa de Octávio Félix, celebravam a Eucaristia [...]; foram presos e levados para Cartago para serem interrogados [...]. Um deles respondeu: «Sine dominico non possumus»: sem nos reunirmos em assembleia ao domingo para celebrar a Eucaristia, não podemos viver. Faltar-nos-iam as forças para enfrentar as dificuldades quotidianas sem sucumbir. [...]
O Filho de Deus, tendo-Se feito carne, podia tornar-Se pão, e ser assim alimento do Seu povo, que está neste mundo a caminho da terra prometida do céu. Precisamos deste pão para enfrentar as fadigas e o cansaço da viagem. O Domingo, Dia do Senhor, é a ocasião propícia para haurir a força d'Ele, que é o Senhor da vida. Por conseguinte, o preceito festivo não é um dever imposto do exterior, um peso sobre os nossos ombros. Ao contrário, participar na celebração dominical, alimentar-se do Pão eucarístico e experimentar a comunhão dos irmãos e irmãs em Cristo é uma necessidade para o cristão, é uma alegria. É assim que ele pode encontrar a energia necessária para o caminho que tem de percorrer todas as semanas.
Papa Bento XVI.
Homilia para o Congresso eucarístico italiano, 29/05/05 (trad. Osservatore Romano rev.; cf DC 2339, p. 634 © Libreria Editrice Vaticana)
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