Educadores e deputados discutem a retomada das negociações
Onze deputados encabeçados pelo presidente em exercício da Assembléia Legislativa, Marcos Caldas (PRB), reuniram-se na manhã desta terça-feira, (29), com a comissão de trabalhadores em educação. A conversa com os parlamentares só foi possível, depois que os educadores realizaram em frente ao Palácio Manoel Bequimão, no Cohafuma, manifestação, a fim de sensibilizá-los quanto os motivos da greve iniciada no início deste mês com a participação de milhares de educadores em todo o Estado.
Durante o ato, os trabalhadores ocuparam todos os espaços daquela Casa Parlamentar. Com apitos, faixas e palavras de ordem, eles tentaram chegar até o Plenário, mas foram impedidos pelos seguranças do local, ficando apenas uma comissão de dez pessoas para um entendimento com os representantes da AL.
Reunidos, a comissão de professores falou mais uma vez da motivação da greve, das políticas educacionais do Estado e da situação com que se encontram as escolas e os educadores por todo o Estado. Os parlamentares envolvidos na conversa, mostraram total desconhecimento sobre a greve e suas reais motivações.
Na ocasião, foi cobrado que a AL cumpra o seu papel nesse processo que é buscar a negociação entre governo e sindicato. Ainda na ocasião, foi solicitado que a base do governo busque sensibilizar o governo do Estado a retomar o processo de negociação.
“A Assembléia Legislativa precisa assumir a defesa da educação. A sociedade precisa saber que os deputados se curvam definitivamente às políticas do governo, deixando de lado os interesses públicos. Precisamos denunciar a falta de vontade política dos governos conservadores”, destacou o presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro.
Pinheiro disse ser necessário que os parlamentares, como representantes do povo, prestem contas com a sociedade e deixar claro de que lado estão. “A visita da categoria àquela Casa Parlamentar é para cobrar respeito e compromisso dos deputados para com a educação”, disse ele.
Audiência pública
O deputado Rubens Júnior (PC do B), propôs durante a reunião, audiência pública com a presença da secretária estadual de educação, Olga Simão. Sua proposição caiu por terra, haja vista a interveniência de deputados da base governista para a não realização da mesma. Uma forma segundo os educadores, de poupar a gestora de questionamentos e cobranças.
Outra proposição abortada foi a do deputado Bira do Pindaré (PT). Ele sugeriu encontro entr5e a categoria e a governadora Roseana Sarney. A idéia do petista é ouvir dela uma posição quanto ao movimento paredista.
Ao final do encontro o deputado César Pires (DEM), presidente da comissão de educação tomou a iniciativa de intervir junto á Seduc, no sentido de que uma nova reunião entre governo e sindicato, venha a ser agendada o mais breve possível. O referido parlamentar garantiu um posicionamento em no máximo 24 horas.
Destaque para a reclamação do deputado Marcelo Tavares (PSB)quanto a presença de uma equipe da cavalaria em frente da AL a fim de inibir o ato dos trabalhadores.
Presentes no debate os deputados: César Pires (DEM) , Rubens Júnior (PC do B), Bira do Pindaré (PT), Marcelo Tavares (PSB), Neto Evangelista (PSDB), Gardeninha (PSDB), Roberto Costa (PMDB), Edilásio Jr.( PV), Fufuca Dantas (PSDB), Educardo Braide (PMN ) e Ceide Coutinho (PSB).
AGORA VEJA O QUE DIZ O GOVERNO:
Maioria dos municípios está com aulas normais
As aulas estão acontecendo normalmente em grande parte das escolas da rede estadual de ensino em São Luís e no interior do Maranhão. De acordo com as Unidades Regionais de Educação (UREs), na maioria dos municípios as escolas estão funcionando normalmente.
De acordo com a URE de Presidente Dutra, quase todas as escolas da regional estão funcionando normalmente. Cinco unidades de ensino estão com apenas um turno paralisado.
Na unidade regional de Açailândia, somente duas das 16 escolas da região não estão em pleno funcionamento, entretanto, nestas escolas as aulas só pararam em um turno. De acordo com a diretora de Educação, Ivanete Carvalho da Silva, os poucos professores que aderiram estão retornando às suas atividades.
Em Caxias apenas duas escolas da sede do município não estão funcionando. As demais escolas estão com 100% de sua capacidade, tanto as do município de Caxias, como nas cidades de São João do Sóter, Aldeias Altas, Coelho Neto, Afonso Cunha e Duque Bacelar.
Na regional de Santa Inês, os municípios de Bela vista, Bom jardim, Santa Luzia, São João do Caru e Tufilândia estão com as aulas normais. Em Monção, Pindaré-Mirim e Santa Inês as escolas estão funcionando parcialmente.
A URE de Zé Doca informou que apenas uma escola aderiu à greve, com apenas 20% dos professores. Em Balsas, 29 escolas e 16 anexos estão em pleno funcionamento, segundo informou a URE.
Segundo dados da URE de Rosário, 24 unidades de ensino da região estão com as aulas normais. Professores dos municípios de Axixá, Cachoeira Grande, Humberto de Campos, Morros, Primeira Cruz, Presidente Juscelino e Santo Amaro, decidiram não aderir à greve. As aulas nesses municípios estão acontecendo normalmente.
Nas regiões de Bacabal e Timon, mais da metade das escolas estão com as aulas normais. As aulas também estão acontecendo normalmente em Coroatá, Peritoró, Mateus, Timbiras e Alto Alegre do Maranhão. Em Barra do Corda, dos 525 professores, apenas 150 aderiram à greve.
Em Imperatriz
Em Imperatriz, segundo informações da URE, os alunos estão comparecendo às aulas e manifestando contrariedade à ausência dos professores. Escolas de grande porte, como Nascimento de Moraes, Amaral Raposo e Colégio Militar, voltaram a funcionar. Nos municípios de João Lisboa e Estreito, as escolas também estão funcionando.