Do globo.com
Por Bruno AgostiniBARREIRINHAS, Maranhão - Sempre me perguntam qual é o melhor período para se visitar os Lençóis Maranhenses. A resposta está na ponta da língua: vá entre maio e setembro, talvez em abril, ou, no mais tardar, em outubro, com as lagoas cheias. Se possível, acrescento: vá em junho, quando, além das águas absurdamente claras, há os lindos festejos de São Luís, ponto de chegada ou de partida mais comum dos viajantes nestas paragens. É preciso reconhecer que as lagoas de água doce e transparente são, de longe, a principal atração do pedaço. Mas o que pouca gente sabe é que existe um lado B dos Lençóis, menos badalado e tão bonito quanto. Para muitos turistas, o Rio Preguiças, que margeia a cidade de Barreirinhas, é um obstáculo, vencido por travessia de barca, no caminho para se chegar às lagoas. Ou, ainda, apenas o caminho para se chegar a Atins e Caburé, vilarejos que ficam em sua foz. Mas o Preguiças é muito mais que isso. Tem igarapés, comunidades ribeirinhas que produzem rico artesanato usando a fibra do buriti, margens com vegetação exuberante, animais coloridos e águas calmas, limpas e perfeitas. Explorar essas virtudes fluviais é tão gostoso quanto visitar as lacustres, acredite. Não falta o que fazer no Preguiças: observar os animais, mergulhar nas águas de temperatura amena, comer nos bons restaurantes que o margeiam, visitar os artesãos e as casas de farinha, subir as escadas do farol para curtir o visual alucinante... Em meu passeio por lá, eu me lembrei de Paulinho da Viola: "Foi um rio que passou em minha vida, e meu coração se deixou levar".
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A vida selvagem exige alguns cuidados. Por exemplo: ao comprar o seu coco na casa da família Dias, na pequenina localidade de Vassouras, às margens do Rio Preguiças, fique muito atento. Algum macaco-prego pode pegar a fruta e correr para a mata. Pior é se for uma câmera fotográfica, ou uma carteira. Portanto, não descuide dos objetos pessoais, especialmente os mais leves (e caros). Ele pode não querer devolver. No fim das contas, as travessuras dos animais acabam sendo um dos pontos mais divertidos da visita ao lugar, habitado por muitos outros bichos, como periquitos, garças e corujas.
- Os animais vivem na mata, mas se acostumaram com o contato com os humanos. O Ibama esteve aqui e disse que não ameaçamos as espécies, mas pediram para não darmos mais comida para os macacos. Só que eles são abusados e roubam - conta Ana Lúcia Gomes Dias, que há dez anos vive ali com o marido, Nalberto Ribeiro Dias.
Além dos animais silvestres, há patos com filhotes perambulando pelo chão de areia. O lugar é uma parada estratégica para matar a sede com água de coco ou cerveja, no caminho entre Barreirinhas e a foz do Preguiças.
Melhor ainda é mergulhar nas águas de temperatura perfeita, nem quentes nem frias, e sempre muito limpas: a praia fluvial de Vassouras é tão deliciosa quanto as famosas lagoas. Entre um gole e um mergulho, admire as roupas e os acessórios artesanais vendidos por Ana Lúcia, produzidos com fibra de buriti, um tipo de palmeira da região.
O povoado de poucas casas geralmente é uma das paradas no passeio de barco até a foz do Preguiças. Mesmo que não esteja no roteiro, peça para o piloto fazer uma escala. Vale a pena pelos bichos, pela simpatia da família, pela cerveja gelada diante do visual privilegiado e, principalmente, pelo banho de rio, que é redentor. Sem falar na fileira de redes à sombra. Mas Vassouras é só uma etapa. A razão última deste passeio seria a foz, e o farol que está perto dela. Depois das excursões pelas lagoas, o roteiro rio abaixo é o favorito dos visitantes que estão em Barreirinhas.
Chamado de Farol Preguiças de Mandacaru, a instalação da Marinha foi batizado dessa maneira por ficar em uma localidade que leva o nome do cacto. Talvez seja por isso que, assim que o barco ancora no modesto cais, as crianças venham correndo, em troca de algum dinheirinho, apresentar o seu repertório, não tão afinado assim, mas de uma beleza rara. Pelo menos para quem, como eu, acha que criança cantando é sempre bonito:
- Mandacaru quando fulora na seca é o sinal que a chuva chega no sertão...
E dá-lhe Luiz Gonzaga com "O xote das meninas". A petizada vai ficar feliz se você tirar umas fotos - e também pagar um guaraná Jesus e um copinho de sorvete, na lojinha que fica à entrada do farol. Do outro lado da rua, se é que podemos chamar assim o caminho de areia, funciona uma loja de peças de artesanato confeccionados com palha de buriti, como quase tudo o que é feito na região.
A visita ao farol propriamente dito, que parece vestido de presidiário, por ser pintado com listras pretas e brancas, seria absolutamente dispensável, se não fosse por um detalhe: a vista que se tem lá do alto, e a simpatia dos marinheiros que tomam conta do lugar (como já deu para notar, sim, são muito simpáticos os moradores dos Lençóis Maranhenses). Vale a pena encarar os cerca de 170 degraus que levam até lá em cima. Vemos o mar, os rios, os campos cheios de buritis e açaizeiros (chamados de juçara), as dunas.
Apesar da imponência do farol, instalado em 1940, com os seus 35 metros de altura, a principal atração dessa porção dos Lençóis está um pouco mais adiante. Mais precisamente no vilarejo conhecido por Canto de Atins: trata-se do camarão da Luzia, uma preciosidade não incluída no passeio de barco.
A receita é um segredo. Na realidade, o que está guardado a sete chaves são os ingredientes do tempero. Em resumo, o crustáceo, aberto ao meio, é marinado em uma mistura com base de urucum, limão, manteiga de garrafa e alho (segundo suspeitam os frequentadores). Depois, ele é acomodado gentilmente na grelha posta sobre a brasa forte, que assa os camarões no ponto perfeito.
O tal passeio de barco normalmente prevê almoço em algum dos restaurantes de Caburé, na foz do Preguiças. Mas quer saber qual é a boa? Fique em Atins, pelo menos uma noite. Lá tem praia, dunas e lagoas, tudo junto, tudo lindo. Também é possível se hospedar em Caburé, mas não é tão bonito quanto Atins, do outro lado do rio. Nem tem o camarão da Luzia...
Se o passeio rio abaixo é um programa clássico, o mesmo não se pode dizer dos roteiros que sobem o Rio Preguiças, passando pelos povoados de Tapuio (leia no box abaixo) e Marcelino, que começam a entrar nos roteiros de operadoras especializadas em aventura e natureza, como a Pisa Trekking e a Freeway. Em Marcelino, dá uma ponta de orgulho de ser brasileiro, ao encontrarmos uma comunidade unida e organizada, que cuida da natureza ao redor e faz dela, de maneira sustentável, o seu meio de vida, em atividades como a criação de tambaquis ou na extração de fibra de buriti para o artesanato.
- Tirar a palha do buriti dá trabalho. Temos que subir até o topo e cortar com muito cuidado, para não matar a planta. E só fazemos isso a cada três meses, temos uma tabela de controle - explica Sonia Maria Batista Cabral, de 40 anos, vice-presidente da Cooperativa dos Artesãos dos Lençóis Maranhenses, que reúne pessoas de dez comunidades diferentes.
O trabalho cuidadoso dos artesãos de Marcelino, que integra os projetos Artesanato em Fibra de Buriti, do Sebrae do Maranhão, e o Projeto Talentos do Brasil, vem chamando a atenção do mundo da moda. A ponto de o estilista mineiro Renato Lourenço ter desenhado algumas peças para eles, que participaram da última edição do Rio-à-Porter. Marcelino é um modelo de comunidade. E indo contra ou a favor da correnteza, o passeio pelo Rio Preguiças mostra que os Lençóis Maranhenses são muito mais que apenas uma bela coleção de lagoas.
Histórias na casa de farinha
Visitar uma casa de farinha geralmente é uma experiência interessante. Mas se ela estiver na beirada de um rio de água deliciosa, o programa fica imperdível. Se, além disso, a pessoa que recebe os visitantes tem a simpatia e a sabedoria de Maria José Diniz Araújo (na foto ao lado), de 63 anos, aí, então, o passeio se torna mais que obrigatório.
- Fazemos a farinha comum e a d'água, que é mais grossa. Ela leva esse nome porque, depois de ralarmos a mandioca, e antes de levarmos ao fogo para tostar, deixamos a massa por três dias dentro do rio - explica Maria.
Ela não se limita a falar apenas sobre a produção de farinha de mandioca. Conta histórias da região, e ainda explica como se faz o chamado bolo de goma, uma iguaria típica que leva polvilho azedo, coco e uma pitada de sal.
- Esse doce é servido na Festa de São Gonçalo. Pena que hoje não tem, vocês iam adorar - diz Maria José.
Um passeio boêmio ao redor da duna
Cidades cortadas ou às margens de rios, há muitas, no mundo inteiro. Mas com uma duna imensa, bem na área central, é mais difícil. Pois Barreirinhas tem uma imensa e bela montanha de areia, colada ao Rio Preguiças, que mesmo na zona urbana é limpo e muito agradável para um mergulho. Coisa que que os nativos fazem costumeiramente no fim do dia, diferentemente dos turistas, que não são muito chegados a um banho ali - e não sabem o que estão perdendo.
Também estão à beira-rio os bares com música, que ficam cheios nas noites dos fins de semana, feriados e férias escolares brasileiras. Quase todos têm shows de música, o que pode ser um tormento para uns, e divertidíssimo, para outros, dependendo do humor. No caso do meu grupo, que estava bem animado, foi ótimo. Em primeiro lugar, porque o músico era bom. Em segundo, o repertório era interessante, com MPB e rock. E o rapaz ainda atendia aos nossos pedidos, escritos em papel, ou gritados nos intervalos entre uma música e outra - como o clássico "Toca Raul!".
De lá seguimos o Preguiças, caminhando pela areia, e contornando a duna. Já víamos as luzes, algumas delas coloridas. O destino? Um bar, que na realidade é um barco ancorado, o último sopro de boemia na cidade naquela noite de quinta-feira. O relógio marcava umas 23h30m quando pagamos o ingresso (R$ 5 para os homens, e R$ 3 para as mulheres).
Lá dentro, nos esperava uma daquelas experiências antropológicas do tipo ame-a ou deixe-a. Nós gostamos. A cerveja estava gelada e a casa, não muito cheia. Turistas? Apenas uns quatro ou cinco estrangeiros. O restante eram locais, que nos olhavam intrigados em saber o que fazia ali aquele grupo de pessoas de fora. Logo que chegamos, a música estava ruim de dar dó. Era aquele forró com teclados, acelerado, com letras cheias de picardia. Mas não tinha sentido reclamar, fazia parte da experiência, e não deixava de ser engraçado.
Mas resolvemos tentar a sorte: "Toca Luiz Gonzaga!", pedimos, quase em uníssono, sem muita esperança de sermos atendidos. Mas não é que o sujeito que tocava no bar-barco arrumou uma sanfona, e o set list melhorou consideravelmente, passeando pelos maiores clássicos do Rei do Baião, com direito a hits de Dominguinhos? Como não adorar um bar desses?
Bons pratos à beira do rio
Com exceção do imbatível camarão da Luzia, em Atins, os melhores restaurantes da região ficam às margens do rio. O Bambaê não apenas é o mais bonito e agradável, mas é um dos mais animados, com festas e shows nos fins de semana. Funciona num casarão rústico, de madeira e palha, bem de frente para o Preguiças, com direito a cais para embarque e desembarque e, o que é melhor, um trampolim. A comida também é a melhor, com uma proposta que mescla referências e receitas regionais com alguma criatividade e influência internacional.
Outro endereço que combina boa comida com ambiente agradável é o restaurante da Pousada Murici, voltado às especialidades regionais, como o filé de pescada-amarela com molho de camarão, a caldeirada de camarão, o baião de dois e a carne de sol.
Oeste de Lençóis é menos explorado
Por mais que o Rio Preguiças seja farto em atrações naturais, não faz muito sentido ir até os Lençóis Maranhenses para ver as lagoas vazias - existem algumas perenes, mas ficam baixas, e o cenário não é tão belo e exuberante. Esses aquários de água doce, clara e de temperatura amena são o filé mignon do pedaço, uma das paisagens mais lindas e desejadas do Brasil, com todos os méritos. Bom para quem planeja uma viagem ao Maranhão é saber que começa exatamente agora, em maio, o período perfeito para se visitar a região, que está com as lagoas cheias até por volta de agosto, quando elas começam a esvaziar. As constantes chuvas do início do ano já se foram, deixando o nível da água em seu ponto mais alto, realçando - e muito - a beleza do lugar.
A maioria dos turistas explora pouco a região, limitando-se a visitar as lagoas mais próximas de Barreirinhas em passeios feitos em grupos numerosos - a Lagoa da Preguiça foi batizada assim por ser a de acesso mais simples, e também por causa disso, uma das mais visitadas. Dá para apreciar a formosura quase inacreditável do local e descobrir como é deliciosa a água doce no meio de um mar de areia. Mas para sentir o verdadeiro impacto da beleza única dos Lençóis Maranhenses é preciso fazer um voo panorâmico em monomotor a partir de Barreirinhas (o programa custa R$ 180 por pessoa, e garante as melhores fotos do lugar). Ou então, ir além das lagoas mais próximas da "capital dos Lençóis Maranhenses", tendo como base de apoio o povoado de Santo Amaro do Maranhão, a porta de entrada oeste do Parque Nacional, com modesta estrutura de hospedagem e alimentação. Mas, em compensação... a paisagem, além de ser mais bela (as dunas são maiores, e as lagoas têm águas ainda mais claras), não recebe centenas de visitantes diariamente. Pouca gente, pelo menos por enquanto, se aventura por aquelas bandas. Não podemos nos esquecer: as ruas são de areia.
A partir de Santo Amaro é possível fazer travessias a pé com duração de até quatro dias, seguindo no sentido leste, em direção a Atins. Vá sempre com auxílio de guias locais, porque a paisagem muito parecida dificulta a localização, e só quem conhece bem a região é capaz de se orientar. Mas, para explorar as belezas do parque, não é preciso encarar as dunas com tamanho espírito de aventura e preparo físico. É possível subir em carros 4x4 para percorrer as trilhas que levam a alguns povoados localizados dentro dos limites da área de preservação ambiental, como Queimada dos Britos, Atins e Casante, e também para algumas lagoas como a da Gaivota, a maior dos Lençóis e uma das mais lindas, a cerca de 30 minutos a partir de Santo Amaro do Maranhão.
De cinco anos para cá, os visitantes começaram a ter alguma estrutura de hospedagem e alimentação, com a inauguração de pequenas pousadas (com cama limpinha, banho e restaurante). O melhor endereço, tanto para comer quanto para dormir, é o número 14 da rua Osvaldo Cruz, na Pousada Água Doce, que também tem um restaurante, simples como ela, mas capaz de servir um já famoso camarão grelhado - e também especialidades locais, como cabrito no leite de coco e galinhada. Apesar de estar perto do mar e cortada por rios abundantes em peixes, a cultura de fazenda é muito comum na região, daí haver muitos pratos típicos da roça e até uma vaquejada, que acontece em julho, movimentando ainda mais a cidade de Barreirinhas.
Diversão fluvial
Além do Preguiças, outros rios garantem a diversão fluvial nos Lençóis Maranhenses - isso sem falar nos igarapés que cortam a região. O mais famoso desta turma é o Rio Cardosa, que está a cerca de 35 quilômetros de Barreirinhas. Ali, sim, a preguiça toma conta dos visitantes, que não precisam fazer nada, basta deixar a boia descer rio abaixo, calma e lentamente.
Outras localidades da região, que é muito irrigada, também apresentam cada qual o seu agradável curso d'água. Assim como Barreirinhas, Santo Amaro do Maranhão também tem a sua Rua Beira-Rio - e nela também estão boa parte dos bares, restaurantes e pousadas. Perto dali fica o povoado de Betânia, um dos bons passeios a serem feitos a partir de Santo Amaro. Uma das atrações do lugar é o Rio Alegre, delicioso para um banho.
O povoado de Canto de Atins também tem o seu riozinho gostoso, no qual navegam turistas em embarcações rústicas, embaladas pelas velas - com sorte, é possível ver uma revoada de guarás. O passeio é feito no fim de tarde, para coincidir com o pôr do sol, essa sim uma qualidade uniforme em qualquer lugar dos Lençóis Maranhenses: de qualquer lugar, é sempre lindo.
COMO CHEGAR:
De carro: De São Luís para Barreirinhas são 257 quilômetros, seguindo pela MA-402. O carro alugado é pouco usado quando você estiver na cidade, onde todas as atrações estão ao alcance de um passeio a pé, mas o veículo garante mais conforto na ida e na volta. Várias empresas também providenciam o transporte a partir de São Luís, e podem ser contratadas pelo hotel em que você for se hospedar. Também é possível ir no ônibus da viação Cisne Branco ( www.cisnebrancoturismo.com.br ), que faz o trajeto em quatro horários por dia: 6h, 8h45m, 14h e 19h30m, a ida, e 6h, 9h, 14h e 18h30m, a volta. Ambos os trechos custam R$ 28.
ONDE FICAR:
Pousada Murici: Diárias a partir de R$ 105. O restaurante também é um dos melhores de Barreirinhas. Rua Domingos Carvalho 590, Barreirinhas. Tel. (98) 3349-1192. www.pousadamurici.com.br
Porto Preguiças Resort: Diárias a partir de R$ 315. Barreirinhas. Tel. (98) 3349-6050. www.portopreguicas.com.br
Resort Lençóis Maranhenses: Diárias a partir de R$ 222. Rua Anacleto Carvalho, Cruzeiro, Barreirinhas. Tel. (98) 3349-1139. www.lencoisresort.com.br
Pousada Rancho do Buna: Diárias a partir de R$ 145. Praia do Atins. Tel. (98) 3349-5005. www.ranchodobuna.com.br
Pousada Água Doce: Diárias a partir de R$ 120, tem um ótimo restaurante. Rua Osvaldo Cruz 14, Santo Amaro do Maranhão. Tel. (98) 3369-1105.
Pousada Cajueiro: Diárias a partir de R$ 115. Rua Oswaldo Cruz 2-A, Santo Amaro do Maranhão. Tel. (98) 3369-1119. www.pousadacajueiro.com
ONDE COMER:
Bambaê: Estrada de São Domingos, Boa Vista, Barreirinhas. Tel (98) 3349-0691. www.encantesdonordeste.com.br
Camarão da Luzia: É o restaurante mais famoso do Maranhão. Canto de Atins. Tel. (98) 8709-7661.
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