sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fiscais estaduais agropecuários do Nordeste iniciam mobilização por aprovação de Planos de Cargos e Salários.

Por Mayara Martins

Servidores da Adapi planejam paralisar atividades

A categoria pode ser a próxima a deflagrar um movimento grevista em todo Estado

Adapi
Pouco mais de um ano após as primeiras manifestações, os servidores da Agência de Defesa Agropecuária (ADAPI) planejam uma nova mobilização. A categoria pode ser a próxima a deflagrar um movimento grevista em todo Estado. O presidente da Associação dos Servidores da Adapi (Asdapi), Edmilson Gomes, adiantou ao O DIA que os servidores do órgão planejam uma paralisação de advertência para o próximo dia 18. Se as negociações não avançarem, avisa ele, a categoria irá cruzar os braços, prejudicando, inclusive, a campanha de vacinação contra a febre-aftosa.
Essa será a sétima categoria a fazer paralisações desde que o governador Wilson Martins (PSB) assumiu o Governo. Desde o final do ano passado, os servidores da Adapi vêm reivindicando melhorias salariais e também nas condições de trabalho. Entre as reivindicações, a implantação do Plano de Cargos e Salários e a estruturação dos escritórios da Adapi espalhados em todo Estado. "Essa reivindicação vem há quase dois anos. Estamos fazendo nosso trabalho direito, tanto que o Estado vem alcançando índices satisfatórios e avançando para a área livre da aftosa, mas o Governo prometeu rever o Plano de Cargos e Salários da categoria e nenhuma resposta nos foi dada", explicou o presidente da Associação.
A alegação da categoria é que a ADAPI paga um dos mais baixos vencimentos do País, em comparação com as demais agências de defesa agropecuárias. A reclamação, segundo Edmilson Gomes, é também dos fiscais agropecuários de todos os Estados, sobretudo os do Nordeste. "Estamos em articulação com os demais Estados do Nordeste. Fizemos uma proposta e encaminhamos ao secretário de Administração, e nenhum retorno. A única coisa que soubemos é que houve um parecer contrário da Procuradoria dizendo da ilegalidade das nossas reivindicações. Mas onde está a ilegalidade? Nunca soubemos", reclamou.
Por conta disso, a campanha de vacinação do rebanho contra a aftosa, que inicia no começo de maio, poderá ficar prejudicada. "Não temos estímulo, nem condições de trabalho. E não sentimos empenho do Governo em solucionar o problema. Queremos solucionar o problema antes da campanha. Caso contrário, aí que o Governo não terá condições de resolver", argumentou, destacando o interesse do Governo em alcançar bons índices de vacinação para que o Estado alcance a condição de área livre da aftosa. "Os técnicos do Ministério da Agricultura vão vir fazer a auditoria dentro dos próximos meses", adiantou, acrescentando que a reivindicação é para que o cargo de fiscal seja criado e que os vencimentos fiquem em R$ 4.590,00 para nível superior e 60% do valor para cargo de nível médio.
Procurado pela reportagem do O DIA, o diretor geral da Adapi, José Antônio Filho, disse que ainda não tomou conhecimento do movimento dos servidores do órgão. Segundo ele, uma comissão foi formada para discutir as reivindicações dos servidores para a implantação do Plano de Cargos e Salários e a proposta foi elaborada e encaminhada a Procuradoria Geral do Estado. "A informação que tive foi que o parecer da Procuradoria foi pela inconstitucionalidade da proposta. O Governo tem o interesse em chegar a um entendimento, prova disso é que sentamos para negociar quando houve a manifestação no ano passado. A greve traz uma série de prejuízos, tanto para os servidores quanto para a Agência e ao Estado", argumentou, acrescentando que, entretanto, a vacinação não ficará prejudicada. "Não tem como, porque a vacinação é feita pelos criadores e é uma obrigação dos criadores vacinar. Além disso, a campanha está consolidada e já estamos finalizando o material de divulgação", concluiu.

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